Rabiscos de Paulo Meireles

Desde pequeno, Tive de perto, Um cabrinha bem esperto, A quem eu chamo de amigo! Hoje muito mais que isso, Tem um grande coração, Foi enviado pelo pai, Intitulado de irmão. Pense numa dupla aprumada! Quando pequenos, Só andava de mãos dadas! O povo achava uma presepada, A gente nem ligava E até o destino A gente sempre caminhava! Quando a voz foi engrossando, A gente só vivia brigando, Até de quartos fomos separados, Mas era só fazer uma graça Que já estávamos abraçados! Hoje, com mais maturidade, Não importa mais a idade, Estarás sempre comigo, Me aconselhando, me dando ouvido, Como meu melhor amigo. A vida de irmão é assim: Com momentos bons, Outros ruins, O laço de amor é muito forte, Quem tem irmão, Sabe o que é sorte. Paulo Meireles

Eita bexiga! Que não existe coisa mais “joiada” que o pai! Ele que é o nosso primeiro herói, Mais forte que a gota serena! Ninguém tem mais força que ele não! O cabra não chora, Não adoece! Passa o dia no trabalho, Da gente nunca se esquece. Se lasca todinho, Quando chega ainda dá carinho Pra família que o espera. Os meninos fazem festa! Ele com um sorriso no rosto, Esquece os problemas e, com muito gosto, Nos dá muita atenção! Pai, você sempre será o meu herói! Os anos vão passando, Os “cabocos” vão crescendo E até já vão vendo umas lágrimas no seu rosto. Às vezes de desgosto, Outras de alegria... Dá um aperto! Uma agonia! Vê aquele que um dia Já foi o mais forte do mundo! Sendo humano como a gente, Lá dentro também sente, Também chora um pouquinho! Dá dó! Um apertinho... no nosso coração! E a vontade que temos É de colocar no nosso colo, Como ele sempre fazia, Nos ensinado sobre a vida... Sempre dando uma lição!...

Mãe Eita! Que só de ver teu rosto, Sinto logo um alvoroço. Nesse pedacinho de gente,   Tem uma mistura de doçura, Um pouquinho de brabeza, Um tantinho de candura, Uma perfeita mistura, Um presente de Deus! Mãe é a melhor coisa do mundo! Não existe abraço mais gostoso, Puxão de orelha mais carinhoso! E aquele almoço de domingo? Animava qualquer menino, Porque sempre era o melhor prato. Buchada, bode, galinha caipira e um suco de goiaba, Bem geladinho, Mas o melhor era o carinho, Que sentíamos no tempero. Podia até faltar dinheiro, Mas não faltava coração... Mãe é a melhor coisa do mundo! Hoje casado, Dou mais valor, Por que não a vejo todo dia E, sempre que tenho alegria, Quero logo lhe contar, Porque lembro, com gosto, Cada carão e ladainha. Se precisasse, Umas palmadinhas, Mas sempre com muito cuidado. Se hoje sei o que é certo, Por...

“Luto” Que tristes as tardes sem ti, Maçantes, Sem fim. Desatentos olhos Caminham sem direção, Nada os chama, Nada os atrai. Arrisco uns passos, Deito-me de novo Sem força, sem fôlego... Sem gosto. Um aperto estranho, Uma vontade de gritar, De chorar... De estar morto. Há vida sem ti? Será que morri? Decerto, Um pedaço de mim. A janela entreaberta, Um vento cortante, Teimoso, Sem a frescura de antes. O ar que respiro Não preenche o vazio Que sinto no peito. Aqui dentro Ecoa saudade, Vontade, De você. Convencer-me, Não consigo, Então, finjo que vivo. Até a morte, Até lá. Paulinho Meireles