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Mostrando postagens de fevereiro, 2011

Rabiscos

“Rabiscos” Escrever o que sou Aliado ao   que não sou São marcas de um amador Que pouco conhece a vida E a imagina na escrita. Escrevendo, vivendo. Sonhando, escrevendo. O mundo, eu desenho Num pedaço de papel. Sou um   pobre poeta Que ao sofrer não nega E de verdade se entrega Ao mundo do imaginar. Paulinho Meireles

Recôndito

“Recôndito” Vivo só e calado Perdido em sentimentos passados Na solidão de meu quarto. A companhia que tenho É um velho cavalo Que poucas vezes cavalgo. A muito custo percebi... Que a vida é boa, sim! Mas somente para alguns. Minha tristeza não é transparente, Aprendi a sorrir Sem ser feliz realmente. Paulinho Meireles

Memórias

“Memórias” Poucos trocados Numa velha carteira Cheia de papéis, Não me preocupavam tanto. As peladas à tarde com amigos, As marcações de quadrilha, As lições de casa, Os doces namoricos... Muito bem me faziam. Crises existenciais Não existiam. As mais bobas tristezas Logo eram substituídas Pelos pequenos prazeres da vida. Viver era fácil Naquela época. Crescer foi difícil... Difícil até demais... Paulinho Meireles

Balzaquiano

“Balzaquiano” Olho-me no espelho, Não vejo a alegria de antes. Pareço outra pessoa. O rosto é o mesmo, A fisionomia é diferente E os sonhos de outrora? Via-me casado, Uma rede na varanda E os filhos a correr pelo terraço. Porém, escuto o silêncio em casa. Já não insisto em sonhar, Em me apaixonar, Em ter alguém do lado. O tempo passou. Não o vi passar, Mas suas marcas Fazem-se presente Em meu cabelo grisalho E no meu rosto cansado. Paulinho Meireles

Amor vocálico

“Amor vocálico”  Ah... o ditongo!!! Um vocálico encontro De uma vogal e semivogal que se amam E nem numa separação silábica Se largam... E aquela desajuizada vogal Que ama duas semivogais Formando um tritongo amoroso? Já o hiato nomeia Um romance conturbado De duas vogais Que ora estão juntas, Ora estão separadas! Ah! Esses fonemas vocálicos! Alguns sem definição certa. Às vezes vogal, Às vezes semivogal... Uma crise existencial Refletida nos vocábulos.  Paulinho Meireles

Ser

“Ser” Assim sou eu: Singular e único, Mas, às vezes, sou vários. Quem não é? Contudo, A essência não muda. Por dentro. Um só. Cheio de medos, Interrogações, Mas sempre Com uma particularidade Que me diferencia Dos demais. Paulinho Meireles

Às vezes

“Às vezes” Às vezes sou triste, A vida que levo me deixa assim! As futilidades ganham espaço Quando não temos Um porquê de viver. Sou assim e não gosto A insatisfação me toma Quando amanheço E olho os ocorridos de ontem. Será que sempre Serei  assim? Não tenho medo de nada, Tenho medo de mim. Paulinho Meireles

Você

“Você” Por onde andas, meu amor? Que chá de sumiço tomou? Vem! Eu quero você... Ao menos te conhecer! Teu cheiro no travesseiro Já deveria estar... Será que também me procura? Manda uma pista... Juro! Vou te procurar! Ah... saudade do beijo Que não me deu... Do abraço que prometeu... Que tens obrigação de dar... E não importa Hoje, amanhã ou depois A gente vai se encontrar. E  vou te amar, amor... Te amar como um louco E esquecer do sufoco Que passei sem te achar... Paulinho Meireles

Duas semanas

“Duas semanas” O primeiro beijo É apaixonante, Parecem feitos um pro outro. O talvez não existe, Eles se encontraram! Por que não se conheceram antes? A vida agora tem sentido... E só tem porque estão juntos. Torpedos e mais torpedos, Horas no telefone Quem desliga primeiro? Ah...aquela música! Dias se passam Ela faz planos, Ele já não a olha como antes. Ela sente falta... Ele não disfarça... Não consegue mentir... Acabou... Paulinho Meireles

Doce breguice

“Doce breguice” Um sorriso constante Me toma por completo Uma vontade louca De sempre estar perto... Vejo graça Nas   coisas mais sem graça. E um beijo foi marcado Por uma música que tocava. Olho pro vazio E vejo milhões de possibilidades. Um otimismo de criança, Um bater de coração desordenado. Cara de bobo, Bobo apaixonado. Bilhetinhos, Poeminhas, Datas importantes, Uma linda idiotice despercebida Aos olhos dos amantes... A ele... ela se entrega. Definição de amor... O amor é brega... Paulinho Meireles

Nada sei

Nada sei Por que escrevo? Escrevo para alimentar sonhos, Encarar demônios. Por ter e não ter. Por ser e não ser. E quando esquecer que lembrei, Vou lembrar que esqueci Que talvez escrevesse A loucura e   a sanidade De me escrever, De te escrever, De não escrever... Paulinho Meireles

Doce Melodia

“Doce Melodia” O despertar de um sono gostoso, Os olhos se abrem lentamente... E o barulho lá fora Parece sonífero Que faz os olhos Novamente se fecharem... Ah... os pingos... Que batem na telha... Melodia perfeita Para descanso De uma tarde inteira... Paulinho Meireles

Lapso

“Lapso” O reencontro não foi planejado Ficamos espantados Mas com o olhar fixo... Na direção um do outro... As palavras fugiram... A respiração acelerou... Os olhos falaram por nós... Sabíamos que éramos... Um do outro... Sem ressentimentos... Sem receios... A vida parecia Ter voltado ao nosso coração... Mas desviei o olhar... Lembrei-me do antes... E do fracasso Desse antigo amor... Deixei o vento me levar Na direção natural Que ele seguia... Pra longe de teus braços... Paulinho Meireles

De longe

De longe Moça bonita , O ar se perfuma Quando passas Aqui na rua... Teu cabelo assanhado, Tuas curvas acentuadas Alimentam pensamentos... Os mais apimentados... Uma elegância no andar, Sutileza no olhar Que nos faz admirar Os teus gestos mais singelos... Ah... Moça bonita, Se soubesse de tua beleza, Talvez perdesse a simplicidade E carisma de como se porta Diante de milhares de expectadores A te observar... E tu... Distraída... Nem percebes... Mas prefiro, moça bonita... Te olhar de longe... Imaginar teu nome... Um jeito meigo de falar... A te conhecer, moça bonita... Desvendar teus Segredos e  mistérios Nascidos  de um idealizar... Não, moça bonita... Tenho medo... Medo... De não te gostar... Paulinho Meireles

Assim...

Assim... Cheiro bom... Esse que tu tens... Embriaga-me o ser... Sem razão... Sem  porquê... É bom sentir Teu rosto no meu peito. Acariciando meu desejo... Desejo meu...  De te amar... Tão simples assim... A  tarde com você... Sem ter o que fazer... Sem ver o tempo passar. E quando chega a partida, Nos entreolhamos tristonhos Sem muito o que falar. Contudo, escuto... “Você me completa!” O peito... Acelera... Como é bom amar! Paulinho Meireles

Talvez

 “Talvez” Um dia talvez... Deixarei tudo que não gosto... Farei tudo que quero... Não terei medo... Não me  importarei com alheios... Um dia talvez... Arriscarei mais... Farei aquela viagem... Enviarei aquele buquê... Pedirei desculpas... Um dia talvez... Te ligo bem tarde... E talvez... Quem sabe... Te amarei de verdade... Um dia talvez... Quem sabe... Um dia... Talvez... Se não for tarde... Paulinho Meireles