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Mostrando postagens de julho, 2012

Calçada

“Calçada” Olhar perdido, Há de ficar, Quem te olhar. Cenas que cá dentro Eu posso falar Outras... Apenas imaginar. Um vento no rosto Faz os olhos deitarem-se E lágrimas ali, Muitas vezes, Vi ou senti. Amizades fizeram-se  lá, Desavenças, também, Momentâneas e constantes. Encontros eternos -por instantes. Despedidas -cheias de saudades. E a simplicidade É o tempero Que tornam vivas Reminiscências tão antigas, Mas tão presentes. Enchem os olhos dos mais insensíveis Que a ti já confidenciou, Mesmo que só no olhar, Os mais puros pensamentos. Contudo, Se o lugar é o mesmo, O cenário é diferente E as histórias também. Paulinho Meireles

Máscara

“Máscara” Que feio O homem por dentro De verdade e puro... Mente-se a todo tempo... Pensamentos, sentimentos... E tudo por quê? Para ter alguém... Que também mente... Sobre o que pensa, Sobre o que sente. E no fim... Um cofre por dentro. Indecifrável, Discutível - até consigo mesmo. E só. Paulinho Meireles

Dúvida

“Dúvida” E surge a dúvida... Quantas já tive? Mas aquela dúvida, Aquela cruel dúvida... E quantas perguntas, Quantas aparecem -só de pensar. Uma dor no peito, Uma agonia... Desvio os pensamentos Para não me torturar. Parece que nunca vai terminar... Não tem para onde correr... Não tenho a quem perguntar. E por mais que jures, Não consigo acreditar. A vergonha me toma, Me consome todo -e por dentro. Acordo cansado, Permaneço deitado. Desejo o fim - de mim mesmo. É a dúvida, A inquieta dúvida... E a verdade me assusta, Estremeço -só de imaginar. Algumas doses, Algumas músicas, O telefone, A saudade, O gozo... A dúvida, A inquieta dúvida. Paulinho Meireles

Pena

“Pena” Ah... minha querida pena, Há quanto me acompanhas, Alegrias e dores, Não me desprezas -nunca. Já desferi golpes Às folhas... Pilhérias, mas, também, Afagos... Caso-me contigo, Tu me entendes Por dentro - e a fundo. Paulinho Meireles

Feira

“Feira” Naquela cidade, De tudo se vendia. Olha a felicidade! Olha a felicidade! Vai uma, moço? No meio da praça, Uma feira. Muito se tinha. Tristeza, paz, alegria... Um precinho irresistível. Na lista, Um pouco de tudo. Não trouxe tanto! Que compro hoje? Liquidação na barraca da esperança! Quanta gente em volta. Arrisco uns passos -desisto. Tilim...tilim... Gotas do telhado... Estranho! Não comprei chuva! Fechei os olhos, Em vão, Tentei voltar ao mesmo ponto, Quem sabe comprar um sonho... Resmunguei alto, Esmurrei a cama. A solidão tem lá suas regalias. Mesmo depois de tanto tempo, Ainda penso O quão bom seria... Àquele sonho voltar -um dia. Paulinho Meireles