Dúvida
“Dúvida”
E surge a dúvida...
Quantas já tive?
Mas aquela dúvida,
Aquela cruel dúvida...
E quantas perguntas,
Quantas aparecem
-só de pensar.
Uma dor no peito,
Uma agonia...
Desvio os pensamentos
Para não me torturar.
Parece que nunca vai terminar...
Não tem para onde correr...
Não tenho a quem perguntar.
E por mais que jures,
Não consigo acreditar.
A vergonha me toma,
Me consome todo
-e por dentro.
Acordo cansado,
Permaneço deitado.
Desejo o fim
- de mim mesmo.
É a dúvida,
A inquieta dúvida...
E a verdade me assusta,
Estremeço
-só de imaginar.
Algumas doses,
Algumas músicas,
O telefone,
A saudade,
O gozo...
A dúvida,
A inquieta dúvida.
Paulinho
Meireles
*-*
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